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quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Oi, quer tc?


Relacionamento é algo mesmo interessante. O termo denota contato, aproximação, convivência, e é este o sentido que se busca. Outro dia passeava pela avenida na praia do Cassino e, como de costume, avistei um casal fotografando sua filhinha. A menina, que deveria ter por volta de quatro anos dizia: “Assim mãe, essa vai pro orkut”. Tudo bem. Quando estamos em uma festa, reunião com amigos ou a família, esta frase já é bem comum, quase necessária, sempre tem “a foto para o orkut”. Sei de pessoas que, estando na pior, saem à noite e “caçam” o fotógrafo para aparecerem lindas (e principalmente muito felizes) naquela fotinha do site, ou do jornal, mesmo que a noite tenha sido uma “droga”. O que se extrai de tudo isso é que este mundo virtual cada vez mais toma conta da vida das pessoas, sendo até mais valorizado – ou vivido - do que o mundo real. Foi-se o tempo em que fotografias serviam para retratar e recordar bons momentos, hoje a intenção é mostrar ao mundo o quanto somos felizes. (Mesmo que não sejamos!). Tá certo, felicidade não é um estado eterno, é uma questão de momento, o problema é não aceitar os fatos e passar a viver uma vida de mentira. Uma vida puramente virtual. Na internet podemos ser quem quisermos. Ter a aparência física que mais agrada aos outros e a nós mesmos e “mostrar” a vida que desejamos. Isso atrai sim, muita gente. Se você é legal, se é popular, tem muitos amigos no orkut, seguidores no twiter, e por ai vai e para manter essa “atração” toda muitas horas são gastas em frente ao computador com recadinhos, postando fotos, bolando frases... Mas eu me pergunto, passar o fim de semana em casa, teclando com seus milhares de amigos virtuais, não significa alguma coisa? Onde estão os amigos reais? Aqueles que você toca, com quem conversa, e não tecla, com quem tem histórias do passado ou pretende construir histórias no futuro, que te conhecem só pelo olhar. Essa coisa de “redes sociais” já está tão presente em nossas vidas que há algum tempo foram criados os “personal friends”, algo do tipo, “amigo pessoal”, que nada mais é do que um amigo de aluguel. Existem propagandas na internet inclusive, de pessoas que prestam este serviço (serviço?). Por um pequeno (ou grande, depende) valor te acompanham ao cinema, ao shopping, em um restaurante ou simplesmente para dar uma voltinha e conversar. Nunca te aconteceu de ter pessoas adicionadas no teu orkut que nem sabias direito quem eram? Comigo já, eu exclui. Radical, eu sei, mas pra mim - e isso depende de cada um - o orkut por exemplo, não é lugar para fazer amizade ou bater records em números, e sim para manter contatos, me aproximar daqueles que estão longe ou dividir algo com os que estão por perto, pessoas que eu vejo, sinto, conheço a voz. Penso que esse é o ponto de maior importância. De que adianta ter mil amigos na internet, se de fato você está sozinho? Às vezes me pergunto se, da forma como são utilizadas, essas redes sociais servem para as pessoas se conhecerem, ou para se isolarem.
Tainã